Aos poucos me lapido/
Formo meu ser/
Em uma das múltiplas possibilidades/
Potencia segundo Aristóteles/
Semente poderá ser arvore/
Ato realizado nos limites da liberdade
Ou seremos somente LiVrE ArBiTrIo???/
não sei, só se que existo./
no tempo, na memoria, no devir.../
sou incógnita com o tempo respondido/
sou memoria do que já escrito está/
sou devir do que ainda não pode ser/
mas destas realidades sou imperfeito/
seria cópia algo mais audacioso e completo?/
Platão me deixa confuso, exausto.../
deixo de seguir modelos ou heróis/
vivo os instantes /
mas às vezes...
às vezes a solidão me dói/
ruim sensação que nasci só/
morreremos sós/
e entre nascer e morrer
lapidaremos o pó/
deixaremos o perene causar
e como fogo deixar-se consumir
no meio desta palha/
na qual a fênix renascerá/
metamorfose dos instantes/
aos poucos me concretizo/
com a taiadeira me moldo
torço-me e contorço/
faço um exercito de um homem só/
capaz de construir entre as solitudes/
companhias no tempo/
antes que acabe/
deixe que tudo se transforme
antes mesmo de ser átomos decompostos
partilhando vida com outra vida
família, um doce sonho./
suave canção de ninar
fazendo esquecer-se do tempo
pedaço eterno/
do que engendrará
um futuro sem nós
tornando estatua perfeita do que um dia foi
e não mais será/
assim estamos condenados/
A ser, a ter e deixar!
só deixando pedaços eternos de amar...eis o único legado lapidado a ficar: o amor!
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