domingo, 6 de novembro de 2016

TROPEÇANDO NO TEMPO


Os primeiros atos e momentos acadêmicos na filosofia, foi também de modo estranho e inusitado, o tempo ao qual me apeguei e aprisionei-me com as paixões. Enquanto aprendia sobre a dualidade entre razão e emoção, me via perdido entre meus momentos tênue, clara dependência para com o amor! Jovens imaturo querendo percorrer as entranhas da paixão sem ao menos ter cautela, fiz do coração o meu guia, meu amuleto e através da entrega alvoroçante, tropecei em meus maiores enganos e por que não dizer erros! Ah! Eros havia se apoderado de mim, porque havia de modo inconsequente entregue as sete chaves do coração a uma dama, mulher indomável, eloquente, sabedora na arte de amar e eu um jovem sonhador querendo sentir o amor nas veias, pulsando os hormônios, dizendo sim a vida, sim! Exclamando êxtase de amor! Um via a loucura! Assim era um filosofo, debruçando nos livros e tropeçando nos lábios de uma linda e jovem morena! Seus olhos e sorrisos intelectuais me cativava feito os homens que viviam na caverna de Platão e longe de qualquer esclarecimento, naveguei em seu corpo, atravessei no lago intenso e fugaz da paixão, cai no canto da sereia, tornando-se um naufrago longe, distante, sozinho e sem seu doce amor. Ah tempos difíceis! Os bons ventos da razão havia deixado há tempos a morada de meu ser e diante do frio e do caos em que ela deixou e eu consenti, precisa recriar meu mundo e nesta época a ontologia era o que estava a estudar, de certa maneira, foi um balsamo que sacudiu minha alma, desassossegou o meu ser, capaz de escusar minha escravidão diante de tamanha desilusão, eu e meu ser, agarrado no nada, ao mesmo tempo desesperador e esperançoso, pois uma vez no nada, posso reconstruir minha historia, refazer minha estrada, reconstruir novos significados, buscar o equilíbrio entre razão e coração. Fácil escrever, difícil é viver! Mas completados os anos, conquistados o diploma, estou aqui, pensando no passado, analisando minhas tolices e olhando as feridas posso dizer que aprendi algo, mas não sei ao certo se estaria em plena sanidade a ponto de não cometer os mesmo erros e paixões , sei lá, mas continuo tentando viver o que a razão e a emoção possa delinear em senso comum o que é melhor para mim!

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Devaneios de um infante


A última vez que a vi.
Não me lembro bem da data do ultimo momento da troca de olhar, muito menos pensava que aquele instante era um adeus, porem lembro de quando terminou o relacionamento de namoro... foi no dia da proclamação da independência... 07 de setembro, curioso ou não, ela tomou a atitude e terminou “comigo” eu muito leigo no amor, acreditei que com minha atitude de aceitação juvenil, sem ao menos lutar e demonstrar o amor que sentia por ela, apenas consenti e aceitei tal condição, acreditando que só seria uma fase e a conquistaria pouco a pouco e ela seria “minha” e seriamos felizes para sempre. Pois bem, a ultima vez que a vi, estávamos solteiros, livres dos grilhões do amor, demonstrávamos que apesar de estarmos a sós, sem ninguém, ainda não queríamos embarcar em outro relacionamento e face a face queríamos que o outro soubesse que havia superado a cisão do rompimento feito, porem interiormente sofríamos calados e ainda continuávamos a ouvir a nossa banda favorita “legião urbana” e em cada letra cantada pelo poeta, parecia que estava a falar de nós e no dialogo da ultima cena dos dois enamorados “distantes” queríamos ser fortes e assim fizemos com que um e outro acreditasse em tais falácias ou melhor dizendo “mentiras sinceras”. Eu em outra cidade, morando longe do ninho, com novo trabalho, nova casa, novos “amigos” e ela já havia terminado a faculdade do curso de língua portuguesa, dando aula como professora “apaixonada” pelo ensino dado a seus alunos e tudo havia mudado desde o ultimo beijo da “independência” e ali estávamos a atualizar as informações de nossas vidas e promulgar o quanto a longitude e distancia nos fez bem. Crescemos profissionalmente, economicamente e culturalmente, mas estávamos estagnados no dia 07 de setembro e algo dizia que devíamos por um ponto final na virgula do tempo, queríamos resolver a aporia amorosa da gente, entretanto instintivamente queríamos nos beijar, nos abraçar, dizer o quanto amava um ao outro...mas não foi...não aconteceu...o orgulho impediu a majestade de cair do pedestal.
Conversamos horas e horas se passaram sem ao menos notar os segundos do tempo, na verdade não queríamos desgrudar da presença do outro, mas nada se resolvia e não havia caminho do dialogo que dessem a enlaçar as mãos de nós...triste assim...lembro das ultimas palavras ao qual dizia que em algum lugar do tempo, iriamos nos encontrar numa cafeteria em um dia típico de inverno e contaríamos as nossas historias e ririamos de cada momento contado...
Aqui estou mais velho com meu filho pequenino brincando próximo de mim e fica na minha mente aonde estará ela e a única noticia que tenho é que ela vai ter seu primeiro filho e terá o meu nome...ainda espero pelo dia do café quente degustado da saudade dentro dos olhares de quem decidiu nunca mais voltar.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Deja vú social, econômico e politico.


Quando pensamos que a humanidade tem melhorado, nos enganamos, há muitas pessoas passando por situação de profunda miséria. O que há é uma propaganda exacerbada de governos que nos ludibriam com a farsa de que esta melhorando a vida da população carente, e com suas ideologias acabam roubando a” inocência de pessoas” que acreditam em tudo que ouve e vê sem ao menos indagar. É o nosso “bem estar” ao quais países desenvolvidos e em desenvolvimento camuflam a realidade com a ideia de que estamos próximos de eliminar a miséria, porem são ideias de quem esta no aconchego e conforto de seus lares e mal conhece a realidade de uma vida miserável, a não ser por números, documentários e estatísticas. Assim cercado em suas casas, com emprego garantido, status estabilizado e vendo que a sua volta não há problemas referente as condições mínimas de sobrevivência, esquecem de olhar atentamente a zona periférica, que vive em colapso, aonde crianças morrem de inanição, de fome, desidratação, aonde não há condições dignas de moradias e saneamento básico, aonde a saúde torna-se raro e escasso, aonde a doença faz morada e o trabalho sendo relegado a condições análogas a escravidão, no qual o que o trabalhador ganha mal da para sobreviver. Muitos vivendo nessas condições se entregam ao alcoolismo, tende a serem pessoas depressivas, outros vão roubar e matar em busca de algo melhor (caminho nocivo, mas patrocinado veladamente pelos “mais favorecidos”) e neste mesmo trilho tornam-se viciados em drogas, desligam-se do mundo, pois a humanidade não deu valor ao que era “semente” potencia de uma vida digna. Deixamos os jovens das comunidades sem exemplos bons, mas a grande maioria dessa galera corre atrás de dias melhores, não se entrega, porem sem incentivo dos governos e da sociedade, pois estando a margem dela, as migalhas é o que tem a mesa. Vivemos em um estado de guerra, inocentes ficam no fogo cruzado e são os mais prejudicados devido a ganancia de ladrões que estão em todos os patamares, sugando nosso dinheiro suado e a nossa paz, a oportunidade que nos oferecem não atinge a todos os necessitados, apenas alguns contemplados a mudar de vida, entretanto o restante vive no apuro, andando na corda bamba, sufocado até o pescoço, povo sofredor e sem voz. A única voz que ruge é de governos e instituições que usa da cosmética para mascarar a realidade. Os dias vão passando e os sintomas de melhoras de um mundo doente parece distante, estando os ricos cada vez mais ricos e os pobres no eterno deja vú. E o que temos afinal? Algumas barrigas estão cheias, outras vazias são privadas do básico. Então fome e sede de que temos? É só pensarmos em nós e o resto que se dane? Ou sermos unidos e darmos voz ao sem vozes, buscando mudar a realidade, melhorar a vida de quem necessita?