sexta-feira, 1 de julho de 2016

Devaneios de um infante


A última vez que a vi.
Não me lembro bem da data do ultimo momento da troca de olhar, muito menos pensava que aquele instante era um adeus, porem lembro de quando terminou o relacionamento de namoro... foi no dia da proclamação da independência... 07 de setembro, curioso ou não, ela tomou a atitude e terminou “comigo” eu muito leigo no amor, acreditei que com minha atitude de aceitação juvenil, sem ao menos lutar e demonstrar o amor que sentia por ela, apenas consenti e aceitei tal condição, acreditando que só seria uma fase e a conquistaria pouco a pouco e ela seria “minha” e seriamos felizes para sempre. Pois bem, a ultima vez que a vi, estávamos solteiros, livres dos grilhões do amor, demonstrávamos que apesar de estarmos a sós, sem ninguém, ainda não queríamos embarcar em outro relacionamento e face a face queríamos que o outro soubesse que havia superado a cisão do rompimento feito, porem interiormente sofríamos calados e ainda continuávamos a ouvir a nossa banda favorita “legião urbana” e em cada letra cantada pelo poeta, parecia que estava a falar de nós e no dialogo da ultima cena dos dois enamorados “distantes” queríamos ser fortes e assim fizemos com que um e outro acreditasse em tais falácias ou melhor dizendo “mentiras sinceras”. Eu em outra cidade, morando longe do ninho, com novo trabalho, nova casa, novos “amigos” e ela já havia terminado a faculdade do curso de língua portuguesa, dando aula como professora “apaixonada” pelo ensino dado a seus alunos e tudo havia mudado desde o ultimo beijo da “independência” e ali estávamos a atualizar as informações de nossas vidas e promulgar o quanto a longitude e distancia nos fez bem. Crescemos profissionalmente, economicamente e culturalmente, mas estávamos estagnados no dia 07 de setembro e algo dizia que devíamos por um ponto final na virgula do tempo, queríamos resolver a aporia amorosa da gente, entretanto instintivamente queríamos nos beijar, nos abraçar, dizer o quanto amava um ao outro...mas não foi...não aconteceu...o orgulho impediu a majestade de cair do pedestal.
Conversamos horas e horas se passaram sem ao menos notar os segundos do tempo, na verdade não queríamos desgrudar da presença do outro, mas nada se resolvia e não havia caminho do dialogo que dessem a enlaçar as mãos de nós...triste assim...lembro das ultimas palavras ao qual dizia que em algum lugar do tempo, iriamos nos encontrar numa cafeteria em um dia típico de inverno e contaríamos as nossas historias e ririamos de cada momento contado...
Aqui estou mais velho com meu filho pequenino brincando próximo de mim e fica na minha mente aonde estará ela e a única noticia que tenho é que ela vai ter seu primeiro filho e terá o meu nome...ainda espero pelo dia do café quente degustado da saudade dentro dos olhares de quem decidiu nunca mais voltar.

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